Você com certeza já ouviu falar de Pipeline de Vendas, cuja função é dar uma visão macro a empresa sobre as oportunidades de negócio, representadas num funil, com objetivo de focar o time de vendas nos Clientes com maiores chances de fechamento no período. O Pipeline de Automação tem o mesmo conceito, só que aplicado a jornada da Automação. 

Saber priorizar e organizar a expectativa do negócio versus a capacidade de entrega do time de automação é fundamental para sua jornada ser bem sucedida. Vamos falar em como administrar as solicitações de automação dentro da sua empresa.

Apesar de ser muito falado por todos, é comum que num Primeiro Momento, as pessoas tenham receio ao automatizar os processos, fruto do desconhecimento e receio de impactar as atividades diárias com erros ou falhas. Haverão também os que se sentirão ameaçados pelo Robô, podendo chegar até a sabotá-lo. 

Este pode ser o cenário inicial da jornada, por isso é importante ter uma estratégia para enfrentá-lo. A minha sugestão é: Escolha um processo que tenha alto volume com baixa ou moderada complexidade, evite escolher processos muito simplórios, pois eles não transmitem ao negócio o potencial da automação e dão o mesmo trabalho.

O principal objetivo na construção do primeiro fluxo é aprender, aprender e aprender. Você irá demorar 3 vezes mais, sua abordagem será mais complexa, mas no final você conseguirá entregar este primeiro robô. (Vou te contar um segredo, meses na frente você irá olhar para esse Robô e pensar, Meu Deus...porque a gente fez assim, mas conhecimento não tem como comprar, só passando pela experiência para desenvolver esta capacidade). Ter consciência desta curva de aprendizado é fundamental para estabelecer a expectativa dos seus clientes internos com o este primeiro Robô.

Após o sucesso do seu primeiro Robô, você receberá uma avalanche de pedidos, todo mundo desejará ser o próximo a automatizar sua área, suas atividades e isso irá gerar uma competição interna que poderá minar seu tempo e do seu time, que neste momento não estão estruturados para ela. No intuito de atender ao negócio, as empresas correm o risco de criarem mais Robôs do que tem capacidade de gerir e esse é o início do Caos Robotizado.

Antes de começar, realize um inventário dos seus processos internos, identificando os melhores candidatos para automação, baseando-se numa matriz de Volume, Complexidade, busque identificar em várias áreas processos que sejam relevantes, mas possam ser aplicados primeiros gerando um melhor retorno ao negócio. A essa lista de prioridade, damos o nome de Pipeline de Automação. 

Esse Pipeline depois pode ser preenchido por outras solicitações, através de um formulário padrão de solicitação, aonde você solicita que os clientes internos registrem suas solicitações mapeando: as etapas do processo, os benefícios esperados, o ROI, os riscos, contingencia em caso de falha do robô. 

Após o preenchimento, com critérios pré-estabelecidos pela organização as priorizações ocorrerão dentro do pipeline de automação. O papel do Pipeline de Automação visa garantir que os processos a serem automatizados serão aqueles que beneficiarão o negócio, acima do desejo ou influência pessoal de cada colaborador. 

Importante deixar claro que o critério para a criação do robô tem que ser o retorno ao negócio.

Espero poder contribuir com sua jornada, Abraços e nos vemos por aí!

(*) Sobre o autor Fernando Baldin: com mais de 20 anos em atuação nos Cargos de Gerente Comercial, Diretor de RH, Diretor de Inovação, Diretor de Operações na Premier IT / Quality, fui responsável por um time de mais de 750 profissionais na entrega de serviços corporativos para Grandes Contas como: Boticário, Honda, Elektro, C&C, Volvo, Danone dentre outros Clientes. Aliando Operação com Inovação fomos Cool Vendor 2016 - Gartner e estivemos entre as 100 maiores empresas de TI pelo ranking da Informática Hoje. Por 7 anos consecutivos no ranking Deloitte das empresas que mais Crescem no Brasil. Acredito em construir um time forte, alinhar os esforços e foco no cliente.