Chefe 1.0 versus Geração Z
Um exemplo muito claro de que a velocidade de adoção de tecnologia vem aumentando muito nos últimos anos é a comparação do tempo que cada um dos dispositivos abaixo levou para conquistar 50 milhões de usuários:
Rádio - 38 anos
TV - 13 anos
Internet - 4 anos
iPod - 3 anos
Facebook - 2 anos
iPhone3GS - 1 ano
iPhone4 - 2 dias
Antes de iniciar a discussão, entenda melhor as gerações conforme a época do nascimento.
Baby Boomers
Nascidos a partir do meio da década de 40. O mundo vivia um período pós-Segunda Guerra Mundial e muitos soldados (principalmente americanos) voltavam a suas casas. O que ocasionou uma explosão demográfica, dando origem ao nome Baby Boomers. No Brasil, esta geração viu de perto o início do período de ditadura. Tinha uma educação muito rígida por conta de influências paternas e buscava empregos para seguir uma carreira sólida com grande fidelização ao trabalho. Hoje em dia, pessoas desta geração ocupam posições de presidência e diretoria em muitas empresas.
Geração X
Nascidos a partir da década de 60. Cresce num Brasil censurado pelo governo militar, mas nos anos 80, vê o movimento de “Diretas Já” se espalhar pelo País. Nos anos 90, assistem de casa à queda do primeiro presidente eleito após o período militar. No âmbito corporativo, valorizam muito o cargo que possuem e fazem questão de enfatizar esta posição como mérito.
Por terem vivido o período de hiperinflação, pessoas desta geração trabalham muito bem o conceito de reservas monetárias para os tempos de escassez. Apesar de terem vivenciado a abertura tecnológica vivida pelo País, na sua maioria, são resistentes a tecnologias e não buscam a inovação tecnológica com muita frequência.
Geração Y
A geração que nasceu a partir dos anos 80 viveu a sua juventude num país democrático, de economia aberta. Viu o Brasil ser respeitado num cenário internacional com o sucesso do Plano Real e teve o primeiro contato com a internet. Busca no trabalho uma forma de prazer e não aceita tarefas que não tenham a sua participação. Troca de emprego com muita facilidade e não se importa inclusive de mudar para a concorrência. Tem um perfil impaciente e, às vezes, até impulsivo. Deseja promoções frequentes mesmo que em pequenos valores.
Geração Z
Nascidos na metade da década de 90, são conhecidos como nativos digitalmente com a internet e as redes sociais, que fazem parte constantemente de sua vida. No cenário mundial, esta geração conheceu o medo do terrorismo e das ameaças ambientais. No Brasil, ela já conheceu um país em destaque internacionalmente, fato este antes restrito ao futebol e às belezas naturais. São considerados os consumidores do futuro. Adoram design e responsabilidade social. Competem por atenção e estão sempre conectados.
Geração Alpha
Nascidos a partir de 2010. Serão conhecidos como “Filhos do Google”. Nasceram num cenário econômico desfavorável mundialmente e tendem a ser mais tecnológicos e materialistas que as gerações anteriores.
Seria impossível imaginar um ambiente de trabalho sem uma mistura de todas essas gerações. E as consequências, se não forem tratadas da forma adequada, podem prejudicar o desempenho e a qualidade do atendimento ao usuário. Grande parte dos analistas de atendimento é de jovens que começaram, ou que pretendem começar, uma carreira universitária e são da Geração Z. Lembrando que esta geração tem dificuldades de assimilar os conceitos de hierarquia e não fica confortável em ambientes em que não se sente “bem”.
Esse cenário pode se tornar mais difícil caso o gestor da área seja de uma geração diferente (geralmente da geração X ou Y), o qual olha a geração Z muitas vezes como “crianças mimadas”. São poucos os gestores de RH que identificam como causa do TurnOver o atrito de geração e, com isso, pouco fazem para remediar a situação. O fato é que as gerações mais antigas tinham o chefe como uma figura “ameaçadora”, que gerava medo e que seria o carrasco no caso de uma demissão.
As novas gerações não têm o mesmo medo em relação ao desemprego, visto que elas enxergam um mundo de oportunidades a sua volta. O respeito hierárquico foi transformado para o respeito por merecimento. Os jovens empregados possuem uma mente corporativa em evolução e, por muitas vezes, acham que o emprego é um jogo de videogame em que é possível “morrer” e voltar ao mesmo estágio por várias vezes. O chefe 2.0 não deve mais se impor baseado na hierarquia e sim, conquistar o respeito junto aos subordinados. Fica claro que esses jovens são necessários para uma empresa, pois possuem uma mente muito inovadora e uma linha de raciocínio muito mais rápida, além de estarem muito atualizados com o mundo on-line que os cercam.
Cabe ao gestor saber “domar” essas pessoas e extrair o seu melhor. Mas esse é um assunto para um próximo artigo.