Há muito tempo, as equipes de TI tentam otimizar o consumo de energia em data centers, mas ainda há muito o que fazer. Aqui nesse artigo, vou citar oito pontos cruciais que a TI pode prestar atenção quando, de fato, desejar promover iniciativas verdes.

O termo Green IT ou TI Verde, surgiu em 1992, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos criou seu programa Energy Start, que se concentrava na redução do consumo de energia em eletrodomésticos, como geladeiras e condicionadores de ar. O programa foi posteriormente estendido para equipamentos de informática em 2006.

Desde então, a computação verde tem sido um tópico constante nas discussões e iniciativas de data centers, e os resultados são ainda nebulosos. Os fabricantes de computadores reduziram o consumo de energia dos dispositivos quando ficam ociosos, mas a fabricação dos próprios dispositivos continua ineficiente em termos de energia. A Internet das Coisas (IoT) depende de sensores que podem se desligar automaticamente para reduzir o consumo e prolongar a vida útil da bateria, quando não estiverem em uso - mas, no final da vida útil, esses dispositivos ainda precisam ser descartados. Enquanto isso, nos data centers, a maioria das empresas migrou para a nuvem e aumentou a virtualização de computadores, mas grandes quantidades de recursos de computação e armazenamento ainda permanecem como consumidores vorazes de energia.

O resultado é uma mistura de sucessos e fracassos, porque simplesmente a computação verde não é uma prioridade máxima de TI, e a gestão executiva não está abertamente convencida do retorno do investimento.

Apesar desses resultados mistos, a computação verde continua sendo uma meta para muitas empresas e fornecedores de tecnologia, e as descobertas sobre energia de um estudo de 2007 da Storage Networking Industry Association (SNIA) ainda permanecem. No estudo, que se concentrou em data centers verdes, o SNIA destacou edifícios que hospedam data centers, observando que tais edifícios nos Estados Unidos usam 71% de toda a eletricidade produzida e são responsáveis ​​por 39% das emissões de carbono. 

Os data centers ficaram em quinto lugar no consumo de energia; e entre as maiores preocupações que os gerentes de data center tinham eram densidade de calor / resfriamento (22%), restrições de espaço / crescimento (19%) e densidade de energia (18%). A carga de processamento de TI foi identificada como o maior consumidor de energia (46%).

Em resposta, os fabricantes de computadores reduziram o consumo de energia e a TI tentou economizar tal consumo em data centers. Mas ainda há trabalho a ser feito.

Aqui estão oito maneiras que a TI pode usar para promover iniciativas verdes:

1. Incluir computação verde nas discussões de RFP com fornecedores

Conversar sobre o consumo de energia com fornecedores de hardware é um ajuste natural, mas.... e os fornecedores de software? Com a introdução de mais ferramentas low-code e no-code, um efeito colateral é o código excedente que ela gera, pois essas plataformas tendem a ser muito mais utilizadas pelas áreas de negócios. Isso força um processamento extra e consumo de energia. Se você está mudando para ferramentas low-code e no-code, discutir essa sobrecarga (e como ela pode ser ajustada para eficiência) deve ser um tópico com fornecedores em potencial.

2. Identifique e elimine a expansão da nuvem

Com o desenvolvimento das pessoas e os usuários finais indo para um modelo em que assinam seus próprios contratos de serviço de nuvem, as empresas estão tendo dificuldade em obter um uso eficiente e com baixo consumo de energia da nuvem. Os recursos da nuvem que raramente são usados, ​​precisam ser identificados e revisados ​​para ver se eles devem ser desativados. O benefício vai aparecer diretamente no resultado financeiro, porque é provável que a empresa reduza seus gastos com nuvem.

3. Automatizar a alocação e desalocação dos testes

Uma vantagem das instâncias virtualizadas de sistemas é que elas permitem que os desenvolvedores de aplicativos ativem rapidamente os testes do software para uma rápida entrada em produção. O problema, entretanto, é que depois que os desenvolvedores terminam os testes, eles se esquecem de desalocar o sistema de teste virtual. Esses sistemas, agora ociosos, consomem espaço e energia, porém um processo de desalocação de sistema virtual automatizado pode resolver isso. Tudo o que a TI precisa fazer é definir uma regra, como por exemplo desligar qualquer instância virtual de um sistema que não tenha sido usado por 90 dias.

4. Melhor gerenciamento do storage

Armazenamento é barato, portanto, a maneira mais rápida de corrigir um problema de armazenamento é comprar mais armazenamento. Porém, comprar mais armazenamento aumenta as contas de energia e é ineficiente na luta pela redução do consumo. Como o armazenamento é considerado um produto barato e disponível, o armazenamento raramente faz parte dos planos estratégicos de TI. Deveria ser. No mínimo, os CIOs devem exigir um plano de arquitetura para armazenamento que mostre quais dados serão processados ​​no armazenamento mais caro na memória, e em estado sólido, e quais dados raramente usados ​​devem ser realocados para unidades de disco e fita lentas e baratas. Os dados devem ser revisados ​​regularmente para uso e possíveis expurgos. Práticas mais antigas, como distribuição de dados em várias unidades de disco, para que o processamento seja mais rápido, devem ser desencorajadas nos dias de hoje.

5. Eficiência no resfriamento de ar

Existem muitas opções de fornecedores para resfriamento de data centers. O mais importante é selecionar um fornecedor que realmente entenda as necessidades de energia e preservação de ativos de seu ambiente.

A planta baixa do data center também deve ser revisada para garantir que o resfriamento máximo seja colocado nas proximidades das áreas mais intensivas de calor do piso. Em todos os casos, um sistema de sensor IoT deve ser usado para monitorar os ambientes.

6. Monitoramento e descarte através do IoT

As empresas que utilizam IoT em seus empreendimentos devem desenvolver um plano para manter sensores em campo ou em instalações remotas. Para eficiência de energia (e bateria), um plano ideal incluiria sensores que desligam automaticamente ou entram no modo de hibernação quando não estão ativos. Isso preserva energia e prolonga a vida útil do sensor. No final da vida útil, os sensores devem ser recolhidos e descartados de maneira ambientalmente segura.

7. Reciclagem e descarte de computadores

Transferir equipamentos mais antigos para funções menos onerosas e, em seguida, eliminá-los completamente ainda é uma boa prática na maioria das organizações. O dispositivo começa como um computador de alto rendimento nas mãos de um superusuário, e vai envelhecendo, até que chega a alguém que só precisa inserir dados e um modesto processamento de texto. A partir daqui, o equipamento é leiloado para funcionários ou doado para uma instituição de caridade, e não existe nenhum tipo de controle para seu descarte. Claro, as doações e aproveitamento das máquinas em vida útil é super válido, mas nos casos de descarte, o equipamento deve ser reciclado. Existem várias empresas especializadas em reciclagem de computadores, pesquise na sua cidade. 

8. Auditorias de energia

As empresas devem providenciar a realização de uma auditoria de energia em seus data centers. Várias empresas profissionais oferecem esse serviço. A auditoria provavelmente descobrirá áreas escondidas de desperdício de energia ou consumo excessivo que você pode ter esquecido.

TI Verde é excelente para o meio-ambiente, mas também para o seu bolso.

* Mary E. Shacklett é Presidente da Transworld Data. Esse artigo foi extraído do site da nossa matriz (HDI USA) em parceria com a Information Week.