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Será que é para inglês ver?

Trinta anos após o descobrimento, o Brasil recebeu seu primeiro visitante inglês: o negociante William Hawkins. Ele gostou tanto do que viu que retornou outras duas vezes. Há poucos dias, o Primeiro Ministro da Inglaterra, David Cameron, esteve no Brasil para sua primeira visita oficial ao nosso País.

Ele veio acompanhado de uma delegação de empresários para fechar negócios com empresas brasileiras, principalmente em um momento de recessão na Europa e aquecimento da economia da América Latina.

Como presidente de uma empresa que mantém relações comerciais com a Terra da Rainha, fui convidado para encontrar com ele. Falamos por dez minutos o que imagino que tanto para mim quanto para o Brasil ainda vão representar muito.

Samba e futebol até passaram pela pauta, mas o foco foi como as empresas brasileiras encontram dificuldades para atuar na Europa. É claro que o tempo foi curto, mas o Primeiro Ministro não perdeu a oportunidade e me pediu para continuar a conversa com um e-mail detalhado, no qual eu deveria expor pontos que precisam ser endereçados quando o assunto são as relações entre Inglaterra e Brasil, mais precisamente sobre a Tecnologia da Informação (TI) – setor no qual atuo.

Apesar de o Brasil ser, hoje, a sexta maior economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido em novembro do ano passado, o nosso País importa apenas 1,5% da Inglaterra. Hoje, o comércio bilateral entre esses dois países é da ordem de 5 bilhões de pounds por ano. Um dos objetivos da visita de Cameron ao Brasil foi, sem dúvida, fomentar as transações comerciais, onde ele pretende dobrar este valor nos próximos cinco anos.

Esta relação longínqua entre os dois países também já resultou em importantes parcerias. Recentemente, três novos acordos visando aumentar a troca entre as áreas científica, tecnológica e inovação entre Inglaterra e Brasil foi anunciado. Eles preveem a ampliação do número de alunos enviados ao Reino Unido pelo Programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, além da cooperação entre empresas inglesas e o CNpQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, o desenvolvimento de estudos, pesquisas e projetos científicos relacionados ao setor petrolífero.

Mas também temos a TI brasileira. Acredito que ela pode ser uma força-motriz para o crescimento das trocas comerciais entre Brasil e Inglaterra. Atualmente, o Brasil emprega mais de 400 mil pessoas somente em suporte ao usuário de TI, serviço onde podemos ser uma excelente alternativa à Índia, que são, hoje, os principais provedores das empresas inglesas.

O segredo é mostrar para a Inglaterra que a TI não funciona apenas como uma mera mercadoria, mas um ativo diferencial que tem ocupado, cada vez mais, um patamar estratégico dentro das empresas. Além disso, o “way of being” brasileiro faz toda a diferença: somos um dos poucos países especializados em suporte ao usuário final de TI no qual, além de utilizarmos métodos e processos de padrão global - e ter aumentado significamente a fluência tanto oral quanto escrita no inglês -, atende-se o telefone “sorrindo”. É possível sentir o nosso astral, nossa energia, mesmo que pela voz, de onde quer que se esteja.

Francisco Ricardo Blagevitch é presidente e fundador da Asyst International+Rhealeza, empresa brasileira especializada em suporte aos usuários de TI.


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