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Carta para as meninas (e meninos!) de uma Central de Suporte

Carta para as meninas (e meninos!) de uma Central de Suporte

“Não é culpa de ninguém!”

No mês das mulheres, precisamos falar do tema equidade de gênero de uma maneira mais leve!! Quando eu vou dar uma palestra sobre isso, já vejo os meninos se remexendo na cadeira, desconfortáveis.


Uma frase que me impactou profundamente é:

***"Aquilo que afeta diretamente uma única pessoa, afeta indiretamente a todos." - Martin Luther King Jr.***

Se olharmos dessa maneira para muitas das questões sociais que temos hoje - violência, educação, saúde, conflitos, polarização... essa frase deveria ser um mantra na busca por soluções.

Por isso, quero reforçar aqui: não é culpa de vocês, meninos, nem minha, nem de ninguém, que tenha menos mulheres na área de tecnologia ou que as condições não sejam de equidade. É um tema de construção social, político, biológico, antropológico...é muito complexo para determinar apenas um vilão.

*Temos que tratar do assunto de maneira profissional e científica.*

É fato que ainda somos minoria em Tecnologia. Poucas entram: de 16 a 18% nos cursos de ciências, tecnologia, matemática, engenharia. Poucas ficam: 42% desistem da carreira em fase intermediária, a maioria quando se torna mãe. A liderança é um desafio: 90% já sofreu algum tipo de sexismo no ambiente de trabalho. Nosso salário ainda é 22% menor que o dos homens.

Eu já ouvi, de gente muito próxima - "que esse "negócio de mulheres é bobagem", "que as vagas afirmativas para as minorias são inadequadas", "que é difícil trabalhar com mulher", "que somos emocionais demais" e por aí vai.

Por isso, sempre quis trazer esse tema para a luz da ciência e da consciência. Hoje, para cobrir a lacuna entre homens e mulheres no ambiente de trabalho seriam necessários 131 anos.

Eu sou uma privilegiada e atualmente estou em um ambiente que me respeita. Mas já passei por muita coisa...

Nossas ideias nem sempre são aceitas. Quando falamos, não somos ouvidas. Frequentemente nos interrompem. Nossa capacidade técnica é questionada. Nos sentimos pressionadas, deslocadas, culpadas. Tentamos equilibrar carreira e maternidade, uma conta que simplesmente não fecha.

Pesquisas demonstram que 51% dos homens não sabem o que nós enfrentamos no trabalho.

Quero aqui reafirmar que não tem "defesa bélica", não há dois lados. É tudo uma questão social, mas também econômica (sim, dinheiro!), já que cobrir essa lacuna poderia trazer milhões de dólares para a economia mundial e que empresas com maior grau de diversidade tem rentabilidade até 66% mais elevada.

Vamos falar de maneira lúdica? Então, se fosse a história de um desenho animado, não precisaria existir só a She-ra. Nem só o He-man. Dá para fazer muitos episódios de ambos, como protagonistas e também trabalhando juntos. Cada qual com o seu melhor! Era fácil quando era só um passatempo de criança, não é?

Todos, antes de contratar, criticar, culpar, avaliar e falar, pensem.

Eu sempre fui a “menina do suporte”, “menina da TI”... vocês também podem ser hoje, mas estar em um cargo executivo amanhã. O segredo é nunca pensar em seu gênero, ou no do outro, como algo que impeça alguém de atingir seus objetivos, ou de fazer um bom trabalho.

No final, a mensagem que fica é: “competência não tem gênero.”

Nota: Ah, antes de deixar sua opinião, saiba que uma pesquisa que avaliou 70 milhões de comentários no The Guardian, mostrou que a maioria dos que eram depreciativos, foram direcionados para mulheres ou outras minorias do jornalismo. Isso sim é um fato!

 

*Claudia Marquesani, CIO, palestrante e professora universitária, profissional com mais de 27 anos de experiência em Tecnologia da Informação em grandes empresas e multinacionais de diversos segmentos, tais como AmBev, IBM, Sodexo, LDC, Santander e Petz. Vencedora de prêmios nacionais e globais de liderança em Tecnologia nos anos de 2016-2017-2018-2019. Atualmente é líder da área de Tecnologia da Petz, maior empresa do segmento de varejo Pet nacional.


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